terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Por que Chevette?

Pelo mesmo motivo que você? Talvez... Escolhi Chevette porque é apertado, porque o motor é fraco, porque não tem 4 portas ou ar-condicionado (em 99% dos casos), porque é baixo, porque o diferencial ronca, porque o volante é torto pra esquerda, porque entra água pelo porta-malas... enfim, tem gente, principalmente pela internet, que adora crucificar o pobre carro, porém na maioria das vezes nunca entrou em um, quanto mais possuiu um deles.

Chevette é paixão!

Chevette porque é bonito, esportivo, estável, confortável, e tem outras dezenas de qualidades que o deixam superior a seus concorrentes diretos em porte, ano e preço, além de oferecer diversos upgrades para incrementar seu visual ou performance.

Comecei a gostar de Chevette em 1992, quando meus pais compraram o exemplar abaixo, zero-quilômetro:


Só não era idêntico a esse porque nosso exemplar era mais básico: além de não ter o retrovisor externo do lado direito, também não tinha encostos nos bancos. Acendedor de cigarros e desembaçador traseiro eram luxo... Ausência de frisos laterais eram exclusivos do modelo Junior, que possuía o adesivo na porta identificando sua versão. Mesmo assim, com seus míseros 50 cv, esse sedan proporcionava conforto, estabilidade comparável ao GM Omega e alguma emoção nas tomadas de curva. Como faltava potência, era difícil chegar ao limite de aderência dos pneus 155/70 R13.

Foram 10 anos com este exemplar na família. Peguei gosto por ele. Quando ele chegou em casa eu tinha apenas 11 anos e, nessa época em que as viaturas policiais eram menos presentes em nossas ruas e os pais mais inconsequentes, todo final de semana lá estava eu encerando o pequeno sedan para alguans passeios com os amigos. Mesmo depois dos 18 anos e já habilitado, o Chevette Junior vermelho rubi ainda servia de meio de transporte e diversão.

Inevitavelmente foi necessária sua troca. Novas tecnologias já existiam, o carro havia saído de linha, outras ambições existiam e o Chevettinho foi trocado por um Gol CL 1.8 ano 1996 (modelo "bola"), muito superior em acabamento, motor, espaço, etc. Mas as sensações que só um Chevette proporciona ficaram na minha mente, sabendo que um dia poderia voltar a tê-lo na minha garagem.

Antes de chegar ao MEU primeiro Chevette (e não carro dos meus pais), tive alguns carros interessantes, muitos com personalidade, outros nem tanto:

Verona 1992 1.8 GLX: completo, tinha até teto-solar, farol de milha, ar-condicionado, etc.. só tinha um problema crônico - não dava partida. Sofri muito com carburador, bateria, distribuidor e nada... nem eu, nem uma dúzia de mecânicos e eletricistas resolveram o problema dele. Vendi pra comprar um carro mais novo, pois a família ia começar a crescer e eu já não aguentava ligar o carro no tranco. Sabe quando você já estaciona de propósito na descida? Virou TOC (transtorno obsessivo compulsivo) dar partida no tranco. Eu já nem sabia mais ligar na chave...


Escort 1998 1.8 GL (Zetec): esse deixou saudade. Potente, espaçoso, bonito, era impecável. Não tinha um risco sequer na lataria. Só vendi pra realizar outro sonho (Marea).

Passat 1996 2.8 VR6: carro mais "top" que já tive. Mas só fiquei 2 semanas com ele, pois apresentou problema no câmbio automático e devolvi à loja, pegando outro Passat alemão.

Passat 1996 2.0 GL: longe de ser como o carro acima, mas dentro da proposta de carro familiar, pois era grande demais, mecânica simples, câmbio automático duvidoso (devido aos donos anteriores) e bem conservado. Troquei ele e o Escort pelo Marea abaixo.

Marea Weekenk 1999 2.0 20V ELX: esse era sonho... o motor 5 cilindros de ronco originalmente animal, 142cv, conforto fantástico, itens de série que hoje não existem mais em carros abaixo dos R$100 mil, bonito, bonito e bonito. Mas foi uma bomba. Eu ainda vou comprar outro, mas esse foi uma bomba! Na primeira semana viajando com ele rompeu uma mangueira do radiador. Como eu estava com o braço sobre o volante, não vi o termômetro ou luz acesa no painel, aí só parei porque senti cheiro de queimado... dá-lhe reboque pra oficina...


Fusca 1972 1.500: esse só entrou na família porque não achei um Chevette tubarão a preço acessível. Minha esposa precisava de um carro para levá-la ao ponto de ônibus todos os dias, para então pegar o fretado até o trabalho. Precisava ser um carro barato e pra ficar na rua. Achei um belo Fuscão por R$3,5 mil e gastei mais esse valor pra deixá-lo original. Embora muitos entusistas vendam o Fusca como melhor carro da história, assumo que nunca senti tanta segurança em afirmar isso. Sem hipocrisia, pois ele só deixou minha esposa na mão, ou melhor, a pé, apenas uma vez, sempre gastei muito com sua manutenção. Para manter o veículo original e fugir de peças paralelas de garantia duvidosa, gastei quase 50% do valor dele por ano com motor, freios, suspensão, acabamento, etc.

Vectra 2010 2.0 Expression: veio pra substituir o Marea. Busquei preço e conforto num carro zero e ainda estou com esse carro. O outro que tenho hoje é o protagonista desse blog.

Chevette 1993 1.6: procurei muito por um modelo "tubarão", mas os preços abusivos e muita maquiagem nos exemplares disponíveis me fez voltar a pensar nos 1.6 dos anos 92 ou 93, sem aquele borrachão do DL (considero mais "clean" e botino). Achei um impecável em Brasília-DF, muito bem cuidado, original e num preço condizente com o mercado.


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